Fala-me de música

Bateria

Breve história da bateria

Tudo terá começado com a necessidade de comunicação a grande distância e com as cerimónias tribais, percutindo com paus em troncos e mais tarde numa pele de animal esticada numa das extremidades dum tronco oco cuja ressonância adicional amplificou consideravelmente o volume e a propagação.
A bateria, tal como a conhecemos hoje, é um instrumento recente. É também, neste caso, um conjunto de instrumentos de percussão.
Nas orquestras sinfónicas, bandas militares ou filarmónicas, ainda podemos ver e ouvir o bombo, a caixa (tarola) e os pratos, tocados por três músicos. Mas, nos finais do século XIX, inúmeros músicos das bandas existentes em New Orleans, nos E.U.A., após as paradas e outros eventos, reagrupavam-se para continuar a festa, e, talvez por razões económicas ou pelo reduzido espaço físico que por vezes lhes estava reservado para tocar, tinham que se constituir em pequenas formações. Então, alguém terá idealizado que um só músico podia tocar o bombo e a caixa simultaneamente, bastando para isso conceber um pedal para o bombo e um suporte para a caixa.
Assim, uma das primeiras patentes registadas nos E.U.A. - senão mesmo a primeira - para o fabrico em série de pedais para o bombo, data de 1888, seguramente, depois de muita construção artesanal.
Uma outra inovação, nos princípios de 1900, foi a adaptação à haste da maceta do pedal do bombo de uma outra, com um pequeno batente metálico, que percutia, simultaneamente, num prato montado no aro do bombo do lado direito próximo do chão.
Os bateristas foram proliferando, e, principalmente os que trabalhavam no teatro musicado, passaram a usar, adaptados ao bombo e à sua volta, pequenos tambores, pratos, chocalhos, blocos, sirenes, guizos, etc. Existem fotografias dessa época onde é interessante verificar uma verdadeira montanha de pequenos instrumentos de percussão rítmica e de efeitos em redor do bombo, que tinha dimensões enormes.
A imaginação não parava. Surgem depois os primeiros mecanismos para os pratos-choque por volta dos anos 20.
Accionados, como actualmente, com o pé esquerdo, tinham, inicialmente, cerca de 40cm de altura - por isso não podiam ser tocados com as baquetas. Chamavam-lhe o "Low Boy".
Destacam-se dois modelos: num, os pratos tocavam na vertical, noutro, horizontalmente. Esta última forma, "cresceu" e foi adoptada até hoje desde os princípios da era Swing. Mede cerca de 1,20m altura e possibilita serem tocados de diversas formas. Entre os anos 20 e os anos 30, os dois tambores chineses que até então se usavam montados sobre o bombo foram gradualmente sendo substituídos por dois timbalões (tom-tons). O mais pequeno coloca-se sobre o bombo e o outro no lado direito, com tripé, no chão. Foram experimentados muitos modelos até se chegar ao que hoje denominados o "set normal de bateria".
Foi, sensivelmente, a partir dos anos 30 que foi possível afinar convenientemente a bateria, dado que o processo de construção dos timbalões passou a ser semelhante ao da caixa: com aro e parafusos.
Com o aparecimento da música rock nos anos 60, em grande força, os bateristas adicionaram mais timbalões e pratos e os fabricantes, desde então, perante as exigências do mercado, têm vindo a apurar as suas técnicas de construção e acabamento, tanto do instrumento como dos acessórios.
Perante uma gama tão variada de marcas e modelos de alta qualidade sonora e apresentação algumas vezes, não é fácil seleccionar a bateria, os pratos, as peles ou baquetas.
Entre os anos 70 e 80, com o desenvolvimento da electrónica, no âmbito da música, surge a bateria electrónica. É hoje possível produzir por este meio óptimos sons. - alguns bateristas usam kits conjuntamente com o acústico dado que os princípios básicos de execução são os mesmos.
Nos estúdios e ao vivo, esta inovação permite, independentemente da magnífica qualidade de gravação e da elevada capacidade de armazenamento de qualquer tipo de som acústico, obter uma afinação sem oscilações, resolver problemas de ressonância indesejável e responder às exigência cada vez maiores dos músicos, dos estilos, produtores e consumidores.
Fiquemos atentos a ver o que o futuro nos reserva nesta matéria...

Urbano Oliveira

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